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20 de agosto de 2012

Jessier Quirino - Prosa morena ( 2001)



Audio do terceiro livro de poesias do poeta Jessier Quirino, pela editora Bagaço, Prosa Morena reúne 58 poemas em linguagem matuta, com diversas palavras inventadas pelo autor, e também um conto humorístico com o seu personagem chamado "Mané Cabelim", em 122 páginas.

Uma estética do riso deveria ser o título desse recente lançamento de Jessier Quirino.
Quando "Chica Boa e Zé Qualquer fazem sala na cozinha", tem-se a impressão de que eles estão debatendo as imprecisões conceituais que permeiam os estudos sobre cultura popular. Não se pretende aqui uma embolada, tendo o cordel, o romance, o popular, o regional e até uma postulada "literatura oral" como seus principais ingredientes.
Entretanto, ao lermos Secas de Março (p.89) e Vou-me Embora Pro Passado (p.95), podemos incluir as prosas morenas de Jessier Quirino no inconsciente coletivo, berço natural das antíteses. Primando pelas inversões e deslocamentos de significantes e significados, o autor - apaixonado pelo mundo às avessas - consegue o efeito carnavalizador da contracultura.
Ao lado de Roberto Drumond, Nêumanne Pinto, Waldemar Solha e tantos outros que perseguem a desordem bakhtiniana, Jessier Quirino destrona o popularesco, vinca a estilização e converte a paródia numa comissão de frente, na qual "Dr. Enilton Tabosa" e "a filha de Zoroasto" contracenam com Roy Rogers e Doris Day.
Da intra e intertextualidade e/ou entre apropriações e paráfases tem-se um percurso em que o "bolero de Isabel" caminha "Pru-Qui Pru-li, Pru-culá" para refazer a tradição carnavalizadora. Configurações quirinescas da moreneza brasileira, sem dúvida.Por Elizabeth Marinheiro (Ensaísta e professora)

http://www.jessierquirino.com.br/




Biografia:
Jessier Quirino, Arquiteto por profissão, poeta por vocação, matuto por convicção. Apareceu na folhinha no ano de 1954 na cidade de Campina Grande, Paraíba e é filho adotivo de Itabaiana também na Paraíba, onde reside desde 1983.
Filho de Antonio Quirino de Melo e Maria Pompéia de Araújo Melo e irmão mais novo de Lamarck Quirino, Leonam Quirino, Quirinus Quirino e irmão mais velho Vitória Regina Quirino.
Estudou em Campina Grande até o ginásio no Instituto Domingos Sávio e Colégio Pio XI. Fez o curso científico em Recife no Esuda e fez faculdade de Arquitetura na UFPB – João Pessoa, concluindo curso em 1982. Apesar da agenda artística literária sempre requisitada, ainda atua na arquitetura, tendo obras espalhadas por todo o Nordeste, principalmente na área de concessionárias de automóveis. Na área artística, é autodidata como instrumentista (violão) e fez cursos de desenho artístico e desenho arquitetônico. Na área de literatura, não fez nenhum curso e trabalha a prosa, a métrica e a rima como um mero domador de palavras.
Preenchendo uma lacuna deixada pelos grandes menestréis do pensamento popular nordestino, o poeta Jessier Quirino tem chamado a atenção do público e da crítica, principalmente pela presença de palco, por uma memória extraordinária e pelo varejo das histórias, que vão desde a poesia matuta, impregnada de humor, neologismos, sarcasmo, amor e ódio, até causos, côcos, cantorias músicas, piadas e textos de nordestinidade apurada.
Dono de um estilo próprio "domador de palavras" - até discutido em sala de aula - de uma verve apurada e de um extremo preciosismo no manejo da métrica e da rima, o poeta, ao contrário dos repentistas que se apresentam em duplas, mostra-se sozinho feito boi de arado e sabe como prender a atenção do distinto público.
Nos espetáculos com fundo musical, apresenta-se acompanhado de músicos de primeira grandeza, entre os quais, dois filhos, que dão um tom majestoso e solene ao recital. São eles: Vitor Quirino (violão clássico), e Matheus Quirino (percussão). Os músicos Letinho (violão) e China (percussão) atuam nos espetáculos mais elaborados.
Apesar de muitos considerá-lo um humorista, opta pela denominação de poeta, onde procura mostrar o bom humor e a esperteza do matuto sertanejo, sem, no entanto fugir ao lirismo poético e literário.
Para aqueles que reconhecem o linguajar matuto, ler ou ouvir as obras-primas desse artista é como viajar ao sertão sem sair do canto. Cada expressão que inclui em seus versos é a mais pura encarnação do matuto. As palavras parecem ser destiladas em alambique de cobre antes de serem oferecidas como pequenas doses de alegria. É o típico poeta erudito que nos deleita com as variedades regionais da língua portuguesa e enriquece a todos com seu fabuloso espírito nordestino.

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